"Cinzeiro"

Antes de mais nada, quero agradecer a todas as pessoas que compraram meu livro. Fico muito agradecido com as centenas de pessoas interessadas e muito lisonjeado com o apoio e a generosidade de todos vocês.

 

Enquanto isso quero te contar uma estória real:

 

Quando cheguei no Brasil, comecei no mesmo ano a dar aulas de inglês para executivos, na Associação Alumni, de São Paulo. A minha missão era ensinar os outros a falarem o inglês. Nessa mesma escola de idiomas comecei um curso de português para estrangeiros e com o tempo fui melhorando.

 

Para me acostumar com o idioma brasileiro, ouvia muito rádio e prestava atenção nas pronúncias. A primeira coisa que aprendi foi "o pingado com pão com manteiga". Fome eu não passava mais. Nessa parte de comunicação, me lembro de um fato bem engraçado. Pegava ônibus e toda vez que queria atravessar dentro do ônibus e passar pelas pessoas falava "cinzeiro". Eu repetia um "som" que eu achava que era para pedir licença. Entrava no ônibus e falava: "cinzeiro, cinzeiro, cinzeiro". Todos olhavam e abriam passagem, até que em um dia falei "cinzeiro" para um conhecido que me explicou que "cinzeiro" é uma coisa e "licença" é outra.

 

Quando eu entrasse no ônibus teria que falar "licença" e não "cinzeiro". Foi o que aconteceu. Mas o resultado não foi o mesmo. Falava licença e ninguém se mexia, muito menos abria passagem e pela primeira vez eu perdi meu ponto e cheguei atrasado para a aula. Percebi que entre o certo e o que funciona, nem sempre o certo funciona. Voltei a falar "cinzeiro" para pedir passagem e conseguia sempre descer no ponto certo. Percebi que não precisava falar perfeitamente, mas o principal para as pessoas me entenderem.

 

E na minha vida profissional sempre foi assim. Embora às vezes eu achasse que estava certo, foi com a orientação de outras pessoas que eu encontrei o meu caminho de sucesso.

 

Aprendi que todos precisam da ajuda dos outros!

 

Quando encontrar resistência no seu caminho, experimente falar "cinzeiro"e depois me conte o que aconteceu.

 

Um abraço, 

 

Thomas

 

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