sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Francomaçonaria*


Todo o mundo fala da Francomaçonaria mas poucos são os que sabem exatamente o que ela significa. Esta via esotérica tem a particularidade de ter suas raízes no antigo reino dos Hebreus e de ser ainda hoje muito praticada e influente na vida política e social da maioria dos países Europeus. Além dessa importância na sociedade, a Francomaçonaria constitui uma verdadeira via de desenvolvimento pessoal com um ensinamento esotérico que permanece ainda pouco conhecido pelo público em geral.

De fato, devemos falar das Francomaçonarias, porque existem várias obediências ou correntes diferentes nessa via de desenvolvimento pessoal nos vários países do mundo. Para simplificar, eu lhe apresento os princípios que são reconhecidos de forma geral por quase todas as obediências, ou vias maçônicas, com detalhes muito próximos.

A dificuldade de conhecer a Francomaçonaria vem do fato de essa ordem esotérica ser muito fechada. Só se pode entrar por cooptação. Em outras palavras, se desejamos aderir à Francomaçonaria é absolutamente necessário que outra pessoa que já seja maçom nos apresente.

Existe também um conjunto de rituais iniciáticos, progressivamente mais difíceis, para subir os degraus da hierarquia até se tornar Grão-Mestre da ordem. Existe um segredo maçônico derradeiro que só pode ser revelado após uma formação espiritual longa e complexa. A arte de construir é essencial na Francomaçonaria.
 


Uma ordem muito antiga

Oficialmente, a Francomaçonaria surgiu em 1598 na Escócia antes de se estender à Inglaterra no século XVII e progressivamente ao resto da Europa e à América. De acordo com os países e as épocas, a Francomaçonaria teve designações diferentes. Ela foi organizada em obediências ou correntes de pensamento em 1717 em Londres.

De forma global, existem duas tendências principais na Francomaçonaria. Em primeiro lugar existe a tendência denominada especulativa, que só se interessa pelo desenvolvimento pessoal e pela filosofia. Esta é a principal tendência até o momento.

Existe outra tendência, denominada operativa, que foi muito difundida até a Idade Média, logo começou a decair, mas sem desaparecer. É a mais visível e a mais espetacular, porque é a tendência das corporações de construtores que edificaram a maioria das catedrais, principalmente na Europa.


Os rituais maçônicos


A Francomaçonaria é composta por obediências, ou diferentes correntes, que compartilham entre si uma ótima estruturação e vários rituais e ensinamentos secretos. O ensinamento maçônico é muito simbólico. Você encontrará mais abaixo uma representação dos principais símbolos da Francomaçonaria que lhe explicarei a seguir.

A filosofia de fundo da Francomaçonaria é agir em função do bem-estar da humanidade, porém, ao mesmo tempo, seus membros poderão decidir a forma como querem agir nesse sentido e em função das suas profissões e atividades públicas, sociais ou políticas.

No entanto, sejam quais forem as obediências, os maçons não agem em plena luz do dia como tal. E é isso que faz com que a Francomaçonaria seja muitas vezes mal compreendida e acusada de agir secretamente. Porém, isso é apenas a manifestação da discrição que é exigida aos membros das diferentes ordens perante a sociedade. Não o deverão fazer autoproclamando-se maçons, mas sim como simples cidadãos que tentam contribuir para o progresso da humanidade.


As origens lendárias


Apesar de ter surgido em 1598, as raízes da Francomaçonaria são mais antigas e remontam aos Hebreus, na época do Templo de Salomão e dos reis Salomão e Hirão.

Algumas ordens maçônicas remontam mesmo à época do primeiro homem: Adão. Outras se referem a Noé que construiu a Arca que salvou o Homem e as espécies animais do grande Dilúvio, de acordo com a Bíblia. Porém, a referência mais evidente é Hirão, rei e co-construtor do Templo de Salomão, o grande monarca da grandeza judaica com origem na Palestina.

O Templo de Salomão continha a Arca da aliança com os Dez Mandamentos dados por Deus a Moisés, no Monte Sinai. Ele foi construído pelo rei Salomão com a ajuda do rei de Tyr, Hirão, que forneceu uma parte do material de construção desse Lugar Santo entre os lugares santos.

Este Templo chamado Salomão ou também Primeiro templo foi construído em meados do século X a.C. Ele foi destruído pelos Babilônios em 556 a.C. que colocaram, a seguir, os Hebreus em cativeiro na Babilônia. Mesmo que ele tenha sido reconstruído logo depois, este primeiro templo permanece uma grande importância simbólica para a comunidade judaica. É também importante para a Francomaçonaria, devido ao seu fundador Hirão, o qual eles reivindicam.

A filosofia espiritual maçônica

O que caracteriza principalmente a Francomaçonaria é um espírito de tolerância dirigido a todas as crenças, sempre que elas sejam positivas e contribuam para o bem-estar da humanidade e o progresso social.

A principal crença é a existência de um ser supremo que os maçons chamam de «o Grande Arquiteto do Universo», do qual provêm os símbolos da Francomaçonaria que estão representados na fotografia em baixo.

 


O olho que vemos na parte superior da ilustração representa o olho do Conhecimento Absoluto. Ele se encontra em muitas tradições espirituais como, por exemplo, na forma do Terceiro Olho no hinduísmo e no budismo.

O compasso e o esquadro que se entrecruzam, representados abaixo do olho do Conhecimento, simbolizam a arte de construir e o Grande Arquiteto do Universo.

Apesar desta crença em um Ser Supremo, com numerosas obediências, ou células, a Francomaçonaria aceita os ateus (que não acreditam em Deus) e os agnósticos (que não têm religião).

De fato, esta noção de «Ser Supremo» constitui uma visão próxima de Deus, e também da «realidade suprema» do budismo e do hinduísmo, esta última correspondendo muitas vezes à tentativa de um Conhecimento Derradeiro e imediato do significado do universo e da vida.

Nenhum comentário: