segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A magia sempre existiu!



Houve uma época, muito antiga, em que os seres humanos coabitavam de forma harmoniosa e natural com a magia, pois esta fazia parte do cotidiano e estava fortemente enraizada na cultura e nos costumes de vida.


A magia era praticada em várias circunstâncias de forma completamente espontânea e natural.
Para curar os enfermos, eliminar os medos, tratar da febre, atrair a sorte, o amor ou o sucesso: oportunidades não faltavam para apelar à magia.

Cada um usava seus próprios rituais, ou dons muito especiais que possuía. Ninguém tinha a coragem de tratar a magia de forma irresponsável, recusando-a ou divertindo-se com o seu uso. Pelo contrário, era de costume respeitar e apreciar o conhecimento ou a competência de outras pessoas nessa matéria.


O saber antigo foi ressurgindo gradualmente a partir do século dezoito, mais tolerante e mais aberto em nível intelectual, fazendo com que hoje muitas pessoas estudem e perpetuem os conhecimentos esotéricos. Atualmente, a magia não para de desenvolver-se e até mesmo a ciência começa a validar o conhecimento dos povos antigos.


Neste dossiê iremos abordar as bases das práticas mágicas.


Se você está cansada de viver nesse mundo materialista e aspira a uma renovação mais próxima da natureza e da sabedoria esotérica dos nossos antepassados, convido-a a descobrir o que vem a seguir, sem demora!



Para que serve a magia?


A magia apela para as forças sobrenaturais, invisíveis, mas bem presentes.


Estas forças estão à nossa volta, por exemplo, no ambiente mais próximo (os elementares), mas também no além (os espíritos e os anjos da guarda), e em todo o universo (as divindades), embora seja próprio do ser humano acreditar que apenas o nosso mundo material é tangível e habitado!


De acordo com o nosso grau de sensibilidade, às vezes podemos sentir a presença dessas forças onipotentes, mas poucas pessoas são espontaneamente capazes de identificá-las.


Estas forças «sobrenaturais» estão aí para nos ajudar, orientar, alertar, etc. Temos que respeitá-las, porque elas possuem o conhecimento que nos falta e, muitas vezes, nos transcende. Elas respondem aos apelos sinceros e à busca de um maior conhecimento espiritual, para si mesmo ou para os outros.


Você pode duvidar, mas normalmente a magia não deve ser usada para fins pessoais que possam prejudicar os outros, ainda que algumas pessoas a usem com um objetivo egoísta. Idealmente, a mesma deve atender objetivos altruístas e desinteressados.


Claro, não é proibido usar a magia em seu próprio benefício, mas o que é considerado mal é usá-la voluntariamente para criar medo nos outros, abusar do seu próprio poder, ou prejudicar alguém. Quem fizer isso de forma consciente verá simplesmente as forças benéficas desaparecerem!


Tenha também em mente que as ações mágicas devem permanecer secretas, para que tenham o poder desejado.



Magia ou bruxaria?


Para completar o que acaba de ser dito, observe que é comum distinguir entre a Magia e a Bruxaria, quando nos referimos aos poderes ocultos.


Tradicionalmente, a magia consiste em desenvolver todos os dons ocultos do ser humano, para testar o seu poder criativo e unir-se misticamente ao universo. Portanto, nesse sentido, o Mago é também um Místico.


Quem trabalha com as forças obscuras é geralmente denominada «Mago Negro» ou Feiticeiro. Essa pessoa segue um caminho mais sombrio e usa a arte mágica como uma forma mais concreta para conseguir o que quer.



No Ocidente, a via voltada para a luz é denominada «Caminho da Mão Direita», e o caminho obscuro é denominado «Caminho da Mão Esquerda».



Alguns princípios básicos


A magia reside em cada um de nós, mas está também ao nosso redor. Na água, no ar, na terra, ou seja, está geralmente na natureza, de onde provém a sua força.


As pessoas que sabem como usar os elementos disponíveis na natureza saberão apreendê-la, entendê-la, controlá-la e usá-la devidamente, porque terão entendido a sua essência.


A prática da magia é arriscada se não houver uma boa preparação espiritual. É importante, até mesmo essencial, conhecer e dominar bem os assuntos da magia para alcançar resultados.


Preparação e conhecimento são, portanto, essenciais, mas não são suficientes!


Porque todos temos dons ocultos, mas não é fácil explorá-los. Técnicas modernas, como a sofrologia, já são formas de usar esses poderes, mas isso não é suficiente na magia. É necessário ter também uma forte vitalidade e dons especiais de concentração, a fim de poder influenciar a realidade.


Portanto, é indispensável possuir e/ou cultivar determinadas qualidades, se deseja abordar a magia: conhecimento teórico, fé, determinação, perseverança, imaginação, autoconfiança, etc.


Só através da intensificação do seu poder interior e da libertação das suas forças subconscientes uma pessoa poderá aprender a dirigir as forças da natureza e a manifestar por meio desta a sua vontade.



As ferramentas mágicas


Antes de tudo, as ferramentas são uma ajuda à concentração, canalizadores de força nos quais a vontade do praticante deverá concentrar-se.


Portanto, não deixe ninguém tocar seus objetos mágicos, sob pena de ter que purificá-los e consagrá-los de novo, para que a sua aura não seja perturbada.


Aqui estão os «materiais» mais importantes para poder praticar a magia:


•    Um altar


Uma mesa baixa é suficiente quando não houver um móvel melhor. O ideal seria um móvel com gavetas para guardar os utensílios (velas, incenso, etc.).

O altar deve estar coberto com um pano escuro, onde deverá colocar o incenso para queimar. Poderá pronunciar uma breve oração pessoal, para que o altar permaneça um espaço sagrado, associado ao exercício e à projeção dos poderes mágicos.

Idealmente, deverá  reservar um cômodo particular e calmo da casa, onde o altar será instalado, a fim de facilitar a concentração, a meditação e a prática dos rituais.


•    Vestuário de ritual


Um vestuário específico pode ser útil para realizar os rituais: é uma maneira de revestir a sua «personalidade mágica» e de distanciar-se da realidade, especialmente porque, por força da prática, a roupa ficará carregada de poder e isso contribuirá para a eficácia da magia.


Dito isto, não é uma obrigação, e basta usar uma roupa larga e confortável, para estar à vontade durante os exercícios e os rituais mágicos.


•    Um diário ou grimório pessoal


Para começar, basta um caderno, embora muitas vezes existe a vontade ter um grimório mais sofisticado e decorado, para participar no ambiente mágico da prática.


O objetivo é anotar as experiências, os conhecimentos, os rituais pessoais, os sonhos, premonições, etc.


É um registro muito pessoal dedicado ao oculto e que não deve ser usado para outra coisa, nem ser emprestado!


•    Uma taça ou cálice


A taça simboliza o útero da mulher e o elemento Água. É nesta taça que se coloca a água benta ou o vinho para as libações.


Alguns adeptos da magia usam água na taça para concentrar-se e praticar a vidência: nessa água podem ver imagens do astral.


O objeto também pode ser personalizado, através da gravação ou desenho de símbolos relacionados à água e à feminilidade.


•    Uma varinha


A varinha mágica representa o poder de dominar os seres humanos e as forças invisíveis. É usada principalmente para controlar e influenciar, graças à projeção de energia para o ser ou o objeto que se deseja dominar.


Uma varinha de poder com um cristal na ponta é um objeto poderoso, mas basta um pedaço de madeira do comprimento do antebraço quando não for possível adquirir uma varinha mais sofisticada.


•    Um pentagrama


Às vezes substituído por uma caveira humana ou animal, o pentagrama é o símbolo da Terra. É a conexão entre o mágico e as forças invisíveis que simbolizam o sagrado. A ponta superior do pentagrama, virado para cima, representa o domínio do espírito sobre os quatro elementos.


Geralmente, esse objeto permanece no altar, mas alguns preferem simplesmente desenhar o pentagrama no seu grimório pessoal: colocam as suas mãos sobre ele durante alguns momentos, em oração.


•    Incenso


Segundo a tradição, os magos costumam usar um queimador de incenso no qual é colocado incenso em pó sobre o carvão em brasa. Outros simplesmente usam paus de incenso para criar o ambiente necessário e purificar as instalações.


•    Um sino


É usado para marcar o início e o fim de um ritual. É uma maneira de isolar o seu espírito do mundo normal, para declarar o início do ritual e purificar um espaço sagrado.


•    Velas


São geralmente consideradas indispensáveis para o ambiente dos rituais. Alguns magos usam velas coloridas para representar coisas diferentes: os planetas, os signos astrológicos, as divindades, etc.


•    Uma ou várias estatuetas


As estatuetas representam as divindades escolhidas: são uma conexão com as forças invisíveis que acompanham os adeptos em seus rituais. Usar essa representação é uma forma de fazer descer o poder sagrado sobre o altar.


As divindades serão evocadas em detalhes um pouco mais adiante.


O objetivo de cada acessório é ajudar na realização dos rituais, como veremos agora.



Os rituais



Um ritual é uma fórmula mágica (uma oração) ou uma invocação dirigida a uma deidade ou a um espírito superior. É um ato que permite estimular a vontade e projetar a energia com determinado objetivo.

O ritual permite sobretudo manter a concentração e libertar a energia psíquica: concretiza os desejos e projeta-os para o mundo.


Por exemplo, pode servir para ajudar alguém que está sofrendo, ou para pedir um favor, afastar a má sorte, aproximar as pessoas, proteger ou curar alguém, etc. Pode ser realizado por muitas razões, dependendo do estado de espírito da pessoa que o pratica.


Um ritual deve ser realizado com toda simplicidade e grande humildade, um profundo respeito e amor pelos outros. Deve ser sempre preparado de forma consciente, pois uma palavra proferida em vez de outra poderá ter outra conotação e produzir o efeito contrário.


Para um iniciante, as velas e o incenso servem, principalmente, para ficar com oferecer um ambiente de vibração para o espírito, mas não são necessariamente obrigatórios. Os diversos acessórios são especialmente símbolos de vontade, objetos para canalizar a energia psíquica. Dito isto, você deve saber que, à força de usá-los, os objetos impregnam-se de uma energia mágica concreta.


Cada mago tem os seus próprios rituais e tudo é uma questão de intuição pessoal e de harmonia com o universo.